Em uma jogada estratégica que define o tom da competição tecnológica global, os Estados Unidos lançaram formalmente a "Genesis Mission". Comparada em ambição e urgência ao histórico Projeto Manhattan da Segunda Guerra Mundial, esta iniciativa nacional visa alcançar o domínio tecnológico em Inteligência Artificial (IA) ao integrar a vasta infraestrutura científica e de dados do país. Liderada pelo Departamento de Energia (DOE), a missão focará na criação de uma plataforma unificada de IA capaz de treinar modelos científicos de fundação (Foundation Models), automatizar pesquisas e acelerar descobertas em áreas críticas, de segurança energética a semicondutores.

‍

A "Genesis Mission" é estabelecida com o objetivo de enfrentar os "desafios mais urgentes deste século" através da inovação acelerada por IA. O componente central do projeto será a American Science and Security Platform (Platform). Esta infraestrutura, gerida pelo DOE, combinará supercomputadores de laboratórios nacionais, ambientes de computação em nuvem seguros e acesso à maior coleção mundial de dados científicos federais. O foco não é apenas em processamento, mas na criação de Agentes de IA (AI agents) que possam testar novas hipóteses, otimizar designs e permitir a experimentação autônoma, multiplicando o retorno sobre o investimento em P&D.

‍

A Ordem Executiva destaca claramente o duplo propósito da missão: acelerar a descoberta científica e fortalecer a segurança nacional. O cronograma estabelecido exige que o Secretário do DOE identifique, em até 60 dias, uma lista detalhada de pelo menos 20 desafios nacionais a serem atacados. Entre os domínios prioritários estão: Energia (Fissão e Fusão Nuclear); Fabricação (Manufatura Avançada e Materiais Críticos); Computação (Semicondutores, Microeletrônica e Ciência da Informação Quântica); e Biotecnologia. O governo americano exige que a plataforma opere sob os mais altos padrões de segurança cibernética e de cadeia de suprimentos, refletindo a importância estratégica da IA e dos dados científicos para a competitividade e defesa do país.

A gestão geral da "Genesis Mission" caberá ao Assistente do Presidente para Ciência e Tecnologia (APST), que coordenará as diversas agências federais. Além disso, a iniciativa prevê um forte engajamento com o setor privado e universidades. O DOE deverá criar mecanismos de colaboração, como acordos de pesquisa cooperativa (CRADAs), para integrar expertise, dados proprietários e capacidades avançadas de IA de parceiros externos, sempre sob rigorosos protocolos de segurança, garantindo que a propriedade intelectual gerada maximize o benefício público e o domínio tecnológico dos EUA.