A reta final do ano fiscal de 2025 coloca o setor de Contabilidade e Finanças sob intensa pressão. O fechamento do balanço patrimonial exige não apenas a conciliação de contas, mas a estrita aderência às mais recentes atualizações das Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS) e seus correspondentes no Brasil, os Pronunciamentos Contábeis (CPC). Para o exercício que se encerra, o principal desafio é garantir que as companhias tenham internalizado as mudanças em áreas complexas, como a mensuração de ativos e passivos, pois a falha na aplicação correta pode levar a severas ressalvas nos relatórios de auditoria e impactar a credibilidade da empresa no mercado.

‍

As Mudanças que Definem a Credibilidade do Balanço

‍

O cenário regulatório contábil é dinâmico, e a auditoria externa se concentra em identificar se as empresas incorporaram as interpretações atualizadas das normas que entraram em vigor recentemente ou que possuem prazos finais de transição neste exercício. Entre os pontos de maior atenção dos auditores estão a correta aplicação do CPC 48/IFRS 9 (Instrumentos Financeiros), que trata da classificação, mensuração e impairment (perda de valor) de ativos financeiros, e do CPC 06/IFRS 16 (Arrendamentos).

‍

Especificamente em relação aos arrendamentos, as empresas devem garantir que contratos antigos foram reclassificados de forma adequada, reconhecendo o Ativo de Direito de Uso e o Passivo de Arrendamento no balanço, o que tem impacto direto em indicadores financeiros. A falta de aderência a essas normas não resulta apenas em um erro técnico, mas distorce a verdadeira situação econômica e financeira da companhia.

‍

O Papel Crítico do Auditor na Validação da Conformidade

‍

O contador é o responsável por aplicar as normas, mas o auditor tem o papel decisivo de validar a conformidade e a fidedignidade do balanço. Uma ressalva no relatório de auditoria é um sinal de alerta ao mercado de que as demonstrações financeiras não refletem a situação da empresa de acordo com todos os princípios contábeis.

‍

Diante da crescente exigência de transparência e governança, as companhias com capital aberto ou que buscam investimento internacional precisam demonstrar total aderência ao padrão IFRS. Qualquer divergência contábil pode afetar a percepção de risco pelos investidores, elevando o custo de capital ou dificultando operações de fusão e aquisição (M&A). Por isso, as empresas estão investindo em treinamentos intensivos e em revisões pré-auditoria neste mês de dezembro, para mitigar os riscos e preparar a documentação de suporte para todas as decisões contábeis tomadas ao longo do ano.

‍